Relações com Portugal
História das relações entre a Ordem de Malta e Portugal
A Ordem Soberana de Malta é reconhecida e mantém relações diplomáticas bilaterais com 113 países, entre os quais a República Portuguesa. Mantém igualmente relações diplomáticas com organizações internacionais e com a União Europeia.
Desde o seu inicio, a história da Ordem de Malta e de Portugal esteve intimamente interligada. A frota portuguesa contribuiu para garantir a segurança da navegação no Mar Mediterrâneo e os Cavaleiros da Ordem para proteger, acolher e cuidar dos peregrinos na Terra Santa.
O relevo de Portugal no seio da Ordem cresceu ao longo do tempo. A Ordem estabeleceu um Priorado em Leça do Balio (1123) e mais tarde no Crato (1340). Frei Afonso de Portugal, filho mais velho de Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, foi eleito 12º Grão-Mestre da Ordem (1202-1206). A Langue de Castela, Leão e Portugal foi mais tarde estabelecida como a oitava divisão administrativa da Ordem de São João de Jerusalém (1462).
Portugal teve outros três Grão-Mestres na Ordem: Frei Luis Mendez de Vasconcellos (1622 – 1623), que foi reconhecido pelas várias expedições navais contra o Império otomano e foi o primeiro Grão-Mestre português em Malta. Vasconcellos serviu como Grão-Mestre por seis meses, tendo morrido em 1623; Frei Antonio Manoel de Vilhena (1722 – 1736), que ergueu um número impressionante de fortificações, edifícios privados, públicos e eclesiásticos em todo o arquipélago maltês. Fundou também a cidade de Floriana. A magistratura de Vilhena foi marcada pela única tentativa de acabar com o conflito perpétuo com o Império Otomano e estabelecer um tratado de paz, que infelizmente não se concretizou; Frei Manuel Pinto de Fonseca (1741 – 1773), contribuiu para enriquecer a arquitetura maltesa com edifícios barrocos, criou a primeira tipografia no Palácio Magistral e fundou a Universidade de Malta. Pinto de Fonseca é também recordado pela repressão de uma revolta muçulmana em 1749. Serviu a Ordem como Grão-Mestre durante 32 anos.
Criada em 1899, a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta em Portugal tendo atualmente estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).
As relações diplomáticas entre a Ordem de Malta e Portugal remontam ao ano 1951, quando N. H. Conte Alvise Emo Capodilista apresentou as suas credenciais ao governo português como Ministro de Legação. A reciprocidade diplomática foi estabelecida em 1962, quando António Augusto Leite de Faria apresentou as suas credenciais à Ordem. Em 1971, a missão diplomática da Ordem foi elevada à categoria de Embaixada. Desde então, a Ordem de Malta mantém Embaixadores acreditados junto da República Portuguesa.
Em 14 de maio de 1982, foi assinado em Lisboa um Acordo de Cooperação entre Portugal e a Ordem de Malta. O Acordo visa facilitar, desenvolver e diversificar a cooperação mútua nos domínios humanitário, científico e técnico.
Em outubro de 2023, o Grão-Mestre da Ordem de Malta, Fra’ John T. Dunlap, visitou Portugal e deslocou-se ao santuário de Nossa Senhora de Fátima. As visitas de Estado a Portugal tiveram lugar em 2010 e 2015, entre as últimas.
Para um resumo completo da história da Ordem de Malta (em inglês):
https://www.orderofmalta.int/history/1048-to-the-present-day/
Para projetos e atividades da Ordem de Malta em Portugal: